quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Caleidoscópio de ideias

Ideias podem vir em partes, e mesmo não excedendo um parágrafo servem para refletir e resultar em tratados inteiros.
O convite aqui é passear por autores, ideias e inquietações e tentar ver por onde suas reflexões irão. Experimente:

Pedaços de posts. Começos, partes.


1 -
Da Enciclopédia à Internet das Coisas.
A história da humanidade em compêndios de informações. Uma revolução que iria nivelar os homens todos, quem escreve, quem lê e quem processa e entende.
Nem sempre, lamentavelmente.
Aos trancos e barrancos conseguiram transformar índices de educação em sorridentes desastres ambulantes. Conseguir ler e escrever duas sílabas e um silêncio não alfabetiza ninguém. É muito mais fácil aceitar interpretações alheias, é menos cansativo.


2 -
Um provérbio iídiche diz que: 'para um verme numa abobrinha, o mundo todo é uma abobrinha".
Parece que na lógica do planejamento estratégico, cada um dos atores vem com uma peça do quebra-cabeças, achando que - tal como o verme do provérbio - tem o mundo nas mãos. E, se agarram a ela, determinados. Isso explicaria porque temos tantos bugs, atualizações e patches para programas e serviços. Retrabalho enfim.
O caso elencado pelo Sr. S, é um exemplo claro. Uma fragmentação e falha de comunicação entre hierarquias (departamentos e  setores) que se traduzirá em perda de tempo, dinheiro e esforços. Alguém irá pagar por mais essa imprevidência.
Qual será o obstáculo intransponível no fluxo dos processos? Onde o gargalo ou estreitamento? Ainda mais quando todos deveriam ter claro, desde o momento 0, estarem trabalhando para o mesmo objetivo.
R$ 300 milhões ou R$ 3 mil, dá na mesma. Recursos investidos em processos e rotinas inúteis. E, definitivamente caras em vários níveis. Fruto da visão mínima e cômoda. O resultado fácil e imediato. The lowest hanging fruit, dos teóricos americanos.


3 -
"Estado eficiente não mata", disse na tela a comentarista global.. "Diga isso para os velhos judeus alemães", pensei eu..


4 -
(de Milton Santos) A forma atual supõe informação para seu uso e, ela mesma constitui informação, visto a intencionalidade de sua produção. Como hoje nada fazemos sem estes objetos que nos cercam, tudo o que fazemos produz informação.

Mas podemos, com ele (Jean Brunhes) dizer que "o meu atraso deve-se ao escrúpulo e não à negligência".

O tropel dos eventos desmente verdades estabelecidas e desmancha o saber.

Em cada fração da superfície da terra, o caminho que vai de uma situação a outra se dá de maneira particular; e a parte do natural e do artificial também varia, assim como mudam as modalidades do seu arranjo.

A informação é o vetor fundamental o processo social e os territórios são, desse modo, equipados para facilitar a sua circulação.

O meio técnico é a cara geográfica da globalização.

É largamente conhecida a tipologia da ação social proposta por Weber, segundo a qual se podem distinguir uma atividade racional visando um fim prático e uma atividade comunicacional, mediada por símbolos.

Nas metrópoles, a co-presença e o intercâmbio são condicionados pelas infraestruturas presentes e suas normas de utilização.

A noção de "emo-razão" (S. Laflamme, 1995), encontra seu fundamento nessas trocas simbólicas que unem razão e emoção.

Teilhard de Chardin, chamava de 'pressão humana' à acumulação crescente dos homens em espaços limitados, como fator de mudança qualitativa e rápida das relações sociais no mundo contemporâneo.

Nada fazemos hoje que não seja a partir dos objetos que nos cercam.

O espaço inclui, pois, essa 'conexão materialística de um homem com o outro' de que falavam Marx e Engels na ideologia alemã, sempre em mudança.


5 -
Bem vindos a Era da Tecnologia.
Agora as máquinas assumem o trabalho pesado. Nós só estamos aqui para o passeio. Desde as previsões de Keynes, nos anos 30 do século passado, ainda que com desvios patológicos aqui e ali. A ganância é inerente à humanidade desde as maçãs da Bíblia até o marketing digital. O desenvolvimento proposto por Keynes foi trocado pelo inchaço de contas bancárias e criações de efêmeros impérios econômicos, onde não há espaços para o barato, nem o social.


6 -
"A humanidade é o único vírus amaldiçoado a viver com o apavorante conhecimento da fragilidade de seu hospedeiro". (Humankind is the only virus cursed to live with the horrifying knowledge of its host's fragile mortality)
Mr. Galahad, Kingsman, 2010)


7-
O método de fábrica surgiu antes da força mecânica. As fábricas não foram o resultado da máquina, mas da 'divisão do trabalho'. Operários exercitados e exauridos já se achavam trabalhando em artigos femininos, caixas de papelão e mobílias, ou colorindo mapas e ilustrações de livros e coisas análogas, antes mesmo que a roda d'água fosse utilizada em processos industriais.


8 -
Meu destino não é mais um lugar, mas uma nova forma de apreciação.


9 -
Planejamento Estratégico Digital implica previsão de investimentos, ações e resultados. Uma antecipação de ações para manter e desenvolver, o fluxo de negócios.


10 -
Rainha de Copas
Factoides são verdades fabricadas para atingir um objetivo específico. Situações pinçadas, tiradas do seu contexto original, tingidas de significados e reapresentadas ao público.





11 -
Ainda não entendeu?

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Visto de Fora... bem de Fora

Olhando aqui de longe, e prestando atenção no cenário que se nos apresenta, posso dizer que, as crises sempre jogaram um papel importante na história da humanidade.

As crises, as revoluções, e, até mesmo "desastres naturais", deram os primeiros passos para mudanças. Desde coisas simples, aquelas que ninguém nota, tipo: areia branca misturada no carregamento de açúcar, até guerras fratricidas sem pé nem cabeça.

Escolha uma, qualquer uma, e preste atenção.
Porém, antes perceba que reduzo décadas a alguns caracteres. Falo sem importar-me com o tempo cronológico transcorrido entre causa e efeito.


Afaste-se de motivos maniqueístas e razões filosóficas e perceba os entornos e suas mudanças. Veja o resultado do que aconteceu. Abra os olhos e permita-se, sem julgamentos de valores subjetivos, apreciar o que acontece além do seu nariz. Além do seu grupo.

Uma guerra por mercados acaba plantando as sementes para o fim de colônias. Se alastra modificando sociedades agrárias. Um outro levante, modifica mapas, posições sociais e faz surgir jovens mercados tecnológicos em antigos inimigos, por exemplo. "Só a guerra faz um Japão de paz", cantou acertadamente o mestre Gil.


Mesmo aqui no Brasil podemos notar essas mudanças.
A invenção de Brasília e a ocupação do centro do país. A Ditadura e o impulso industrial. O governo dos outros e a corrupção que nos assola. E somos, de repente, confrontados com uma nova realidade. Não mais poderemos fingir e fazer tudo como antes fazíamos. Melhorar não é mais opção, é imposição. 

Quer ver algo que todos passamos por alto? Pagamos mais por políticas do que por filosofias. Mas, preste atenção; é necessário a filosofia explicar como funciona a política, mas seu contrário não. Quase ninguém se interessa em aprender filosofia, contudo defendem políticas como se fossem salva-vidas em naufrágio.


Não mais podemos fingir que a política seja somente coisa de políticos. Pois se é essa mesma política que me atinge e molda como eu vivo minha vida, então ela É minha! E é minha política fazer o melhor possível sem para isso precisar pisar na cabeça dos outros. Alguém mexeu na minha sem permissão. Evitemos mais uma Fuenteovejuna.
Entendem agora?




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