sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Velha Roupa

Dissemos que somos reflexos de nossos pais. No meu caso específico, acho que sou reflexo dos meus avôs.
Nascí na casa de meus avôs. Viví uma boa parte da minha vida com eles. Do que consigo lembrar da minha infância, meus avôs estão sempre por perto. Não podia acontecer diferente, desenvolví gestos, gostos e maneirismos parecidos com os deles, pulando a geração dos meus pais completamente. Sim, meus pais estiveram lá, e depois meus irmãos, mas o "estrago" já estava feito. Qualquer novo traço seria só complemento. Tanto que, às vezes, sinto a personalidade do meu avô pairando sobre mim como um casaco folgado demais. Folgado porque, além da óbvia diferença física, não consigo preencher a personalidade dele tão bem como ele o fazia.
Um halo, vago e sutil ao meu redor.
Que surpresa; todos nós fazemos isso!!
E, para todos nós, é agradável quando nos surpreendemos "cometendo" ações e atitudes de nossos pais. Você não sente, não vê quando faz. Se faz e pronto.
Prometí que não iria cometer os erros do meus pais, mas, cometí alguns dos erros dos meus avôs. Aprendí com alguns deles, também. Outros, me recordo bem no meio de algum "gatilho emocional-mnemônico" que ainda não marquei para evitar.
Da minha história me lembro como quem assiste um daqueles velhos filmes italianos dos quais saíamos da sala com o gosto de molho da macarronada na boca e uma vontade...
Me lembro. Estão todos vivos.
Em mim.
Em nós!
Pois, pinço aquí e alí esse même no meu irmão também.

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