quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Intenção do Gesto (parte 2)

Como diria Jack, o Estripardor: "Vamos por partes." Eis a segunda parte deste texto (de muitas partes).
"...
Como disse Saussure (1): “A língua é um sistema de signos que exprime idéias e, desse modo, é comparável à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais militares, etc. É, contudo, o mais importante, desses sistemas.” Esta linguagem expressa nas artes visuais, ainda que não tão importante ou explícita quanto a língua, é sim comparável com aquelas outras descritas na frase.

Senão, vejamos; todas elas foram geradas pelo homem (menschen). Todas elas são e contêm sinais arbitrários. Todas elas sofreram e sofrem modificações temporais. Todas elas tiveram início junto com a “civilização”. E cada vez que esta sofria modificão, aquela também mudava de acordo. Lembremos como houve modificações no gestual das artes visuais através dos tempos. Desde os sinais rupestres na Espanha até as composições digitais modernas. Houve, não um avanço, visto que continuam a esprimir as mesmas emoções e sentimentos, mas uma modificação –quase que ontológica— na forma de expressão dessas emoções e sentimentos.

Vemos, e esta visão é modificada e ajustada pelo que sabemos e cremos. (2 J.Berger, 1974) E este saber e crêr, é modificado pela civilização que cria. Não podemos, por exemplo, comparar como melhor ou pior um desenho rupestre que descreve uma caçada ao mamute no interior da África na “Idade da Pedra” contra uma escultura moderna, tomemos a chamada: “Mulher descendo as escadas” do Duchamp de começos do Séc.XX. Só pelo fato de eu gostar desta última, particularmente Ambas exprimem ação sem emoção, são retratos de um momento, frases pinçadas duma história. Cada uma delas produto da sua época, inserida no seu momento cultural. O suporte, as tintas, os límites estéticos contemporâneos acompanham cada uma das obras acima. E, cada uma delas poderia aproveitar-se de opções diacrônicas e sincrônicas muito similares àquelas propostas por Saussare (3 ibid), porém quase sempre limitadas à capacidade da produção cultural da sua época.

Então, qual o motivo dessas duas obras tão dispares? Contar uma história. Tão e simplesmente isso, oras. A diferença está toda concentrada no autor e no que ele sabia, no que podia e no que conseguiu fazer. Essa diferença é o produto da evolução do homem e da civilização com ele. Na primeira, ainda moravamos nas cavernas; nada mais óbvio que fossem as paredes das cavernas os primeiros suportes para qualquer obra pictórica. Podiamos, voltando àquelas ópções do Saussare, pintar no chão, em cascas de árvores ou em peles de animais, usando pigmentos vegetais, terra ou, até mesmo, sangue.
Tudo isso seria valido. Para aquele momento, naquela época, claro.
..."
(tem mais...)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Intenção do Gesto (parte 1)

Estou trabalhando neste texto faz uns três anos, senão mais. Pensando bem, estou fazendo isto desde meu começo na faculdade de Comunicação. O tema sempre me chamou a atenção. Espero que interesse vcs como interessa a mim.
Lá vai:

"Somos todos diferentes.
Ou melhor; somos todos iguais porém criados de formas diferentes. Desde aqueles que, mesmo antes de nascer; a mãe amava, o pai amava e seu cachorrinho o adorava de paixão, até àqueles que a mãe abandonou, o pai era ignorado e o vira-latas pulguento mordeu-o várias vezes. E, todas as combinações e variações entre esses dois extremos. Somos limitados por nossa própria condição humana a repetir comportamentos atávicos com novas roupagens teóricas e com nomes complicados. Isto equivale a dizer que enquanto Jung, timidamente, anuncia arquétipos e a “(in)consciência coletiva”, podemos vislumbrar um “todo-genêrico” pairando sobre omnia e qualquer um indivíduo da assim chamada “raça humana”.

Se prestarmos um pouco mais de atenção, veremos que existem traços e comportamentos iguais para todos. Independentemente de classe ou cultura –nem vou perder tempo classificando por gênero, esse é tema para outro ensaio. Se colocarmos lado a lado toda a produção cultural da mesma (qualquer uma) época, veremos que traços de semelhança são visíveis aqui e alí, como flores num campo. Se esse mesmo apanhado fosse restrito a qualquer área única da produção cultural humana, veremos ques estes traços se tornam muito mais evidentes.

O produto da cultura occidental, copiada de arquétipos e padrões greco-latinos, seus similares, ou correspondentes das culturas africana, oriental e meso-oriental, e até mesmo, aqueles da américa pré-colombina, gerados de padrões únicos a cada uma delas, mantêm os mesmos traços “humanos” comuns. E, isto é lógico porque todos os geradores de produtos de cultura imitavam a si mesmos! Logo; o produto cultural fala da cultura onde ele próprio é gerado, mas sabemos que a cultura É o fruto dos atos do “homem”. Assim, levando o silogismo expresso um passo avante, teriamos que: o “homem” é, ele mesmo, um produto cultural. E, se isto é verdadeiro, toda produção cultural não passa, então, de reflexos da imagem do “homem” que a criou e, cada uma conta sua história. Dentro da cultura onde foi criada.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mambo, Samba & Cucarachas

Pois é, comecei a mexer no mambo.
Rapaz, tô apanhando mais que em briga de torcida uniformizada. Ok, que é relativamente fácil no papel, mas custava ser simples de fato? Custava?
Tenho que conseguir fazer isto funcionar até amanhã à noite.
Sei que ainda vou dar risadas ao lembrar disto, mas por agora é extremamente chato!

As aulas da pós-graduação estão indo bem. É muito interessante ver coisas novas de onde não pensei haver mais nada. Contudo, confesso ainda estou um pouco perdido. Sei o que é para fazer, me pergunto se isso será suficiente.