quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

A todos os que lerem este blog: um Feliz Ano de 2009!
Divirtam-se bastante e não percam as esperanças.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Manuais

Ok, até que não foi tão dolorido quanto pensei que seria. O Natal veio e foi. Depois da contagem dos feridos vimos que sobrevivemos todos sem arranhão de destaque.
Que legal, agora vem o Reveillon.
Meu irmão nos deu, entre outras coisas, um livro. Nada de mais, temos um monte de livros. Gostamos muito de ler. Mas, este é diferente. É "O Livro dos Manuais" do Paulo Coelho. Particularmente, não gosto do Paulo Coelho. Nada contra o homem Paulo Coelho, não o conheço. Assim como não conheço Sax Rohmer, Terry Pratchet, Victor Hugo ou Júlio Verne, mas gosto do que escrevem. Não consigo deixar de lê-los avidamente. Mas, isso não vem ao caso. Era só para explicar um ponto.
Voltemos à vaca fria.
Este livro me chamou a atenção. Manuais. Pelo visto também chamou a atenção da minha filha -grifou tudo- ou quase tudo. Manuais, sei por experiência própria, sempre deixam algo de fora. E usualmente, nas piores situações.
Amo muito minha filha. Mas parece que está tomando ao pé da letra o livro. Coisas de adolescente.
Lá pelas tantas, no capítulo Manual para ser aceito na sociedade como uma pessoa normal, o tal livro diz: "15- Acreditar em absolutamente tudo que está impresso."
Legal, se for isso tão importante assim.
Acabei me lembrando da Mafalda do Quino, quando reclamava dos jornais. O livro só dura uma viagem de metrô. Ao fim da qual você já leu tudo. É como ler livro de piadas, acabam muito rápido.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal 2008

Natal sempre foi uma época complicada para mim. Quando era criança, a expectativa, a ansiedade. Até o aroma do ar era diferente. Eu sabia, meu irmão sabia. E, acho que todos os outros moleques sabiam. E, sofriam calados igualmente a mesma expectativa e ansiedade. Era o ponto alto do ano. Agora, trocentos anos depois, descubro que meus pais também sofriam. Uma expectativa e ansiedade diferente, claro, mas ainda assim, sofriam. Como eu sei? Agora sou pai. E, acho que todos os outros pais sabem. E sofrem calados igualmente.
Quando era criança as festas eram grandiosas. Ou, assim o pareciam. A passagem para a maturidade, pois só pode ter sido isso, aconteceu depois de entrar na universidade. No segundo ano, para ser mais específico. E foi terrível. Pelo menos para mim. Além de me afastar, físicamente, da minha família. Dai para frente, além de ficar cada vez mais velho, me distanciava mais e mais daquela época de criança. Me descobria cada vez mais só no final de todos os anos. E erradamente, ao invés de evitar a solidão, como cobra ferida que ataca o fogo para não se queimar, ficava mais só. Até comecei a gostar desta situação. Meus livros e o meu trabalho me bastavam.
Acidentes acontecem. Ô se acontecem.
Quase aos quarenta, namorei, casei e tivemos uma filha.
Nada consegue começar a descrever a sensação do que perdemos. Minha filha não consegue entender. Eu sou inapto para explicar. É como tentar explicar o significado do Catálogo de Natal da Sears/Roebuck para alguém que nem imagine o que foi a Sears. A tecnologia banalizou a sensação. Hoje, qualquer coisa e vamos ao Submarino, à Amazon, B&N, Macy's, sem sair de casa. E, isso é normal. Não adianta nem falar em redes de relacionamento. Qual relacionamento? Quando aprendia a digitar numa máquina de escrever mecânica eu contava os minutos para acabar a aula. Hoje, todo mundo aperta botões numa calculadora elétrica e acha que isso é moderno. Apertar teclas se faz desde o começo da Revolução Industrial, talvéz antes. E, ao que me consta, não melhora a capacidade de relacionamento de ninguem.
O que tento dizer é que mudamos e mudamos tanto para continuar exatamente iguais. Deve haver uma função matemática que explique isto.
Solidão levada a extremos?
Nem Peruíbe salva...
E, lá vem o Reveillon gente!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Epifania & Serendipity

Sabe o estado de elação que acontece quando as fichas começam a cair? Parece que entendemos o canto dos grilos e das cigarras, o suave a capella das folhas nas árvores e o afago chalaça do vento antes do temporal.
E, sem mais aquela, voltamos ao normal.

Não entendemos mais nada. Reconhecemos nossa burrice e mediocridade. Pelo menos, reconheço as minhas. E as percebo exatamente por conseguir, ainda que brevemente, sentir seu oposto. Não adianta procurar, não é ioga para entrar e sair de zen como lâmpada de natal, não. Acontece sem aviso. Sem tempo. Sem vergonha. Porque sim, e pronto.
Mas, que é gostoso isso lá é!
...

Quanto à Serendipity; usualmente vem de mãos dadas com a epifania. Porque sempre caem as fichas de algo que não tem nada a ver com o que estamos fazendo. Imagine a resposta chegando antes que a pergunta seja explicitada e terá uma imagem tímida do que estou descrevendo.
E durma-se com um barulho destes.