quarta-feira, 13 de março de 2024

O Rei continúa nú!

Nem que chova SuperBonder dos céus, seremos capazes de juntar-nos, como um só povo, por um desejo comum. Cada um de nós tem uma versão muito particular de ganância.

E Lula gritou: "o Rei está nú!" e virou um pandemônio global.
Que falta de respeito do Sr. Lula para com Israel. Só porque estão numa campanha especial de exterminio do povo palestino, em terras palestinas.
É um despropósito, uma falta de respeito para com a história do povo judaico (sic).
Lembremos do "Lebensraum" de Ratzel (1901).

Esquecemos, e alguns comentaristas, seguidores de ideologías fingem não saber, que o liberalismo econômico nos obriga a perceber além do maniqueísmo, do 100% certo ou errado. E nos posicionar de acordo. 
Como país, livre e soberano, capaz de termos nossos próprio limites e empatias.
Em varios graus.

Insistir na visão submissa (de viralatismo terceiromundista) e colonial de quem tem poder, tem razão, pelo simples fato de ter poder.

E se autodeclarar: civilizado. (!)

Intimoratos, qualquer voz que se alce contrária à doutrina impingida em voga, será - terá de ser - errada, incorreta, ridícula.
 

"O Rei está nú!" do Sr. Lula da Silva, presidente eleito da República Federativa do Brasil, pela repercussão obtida virou um grito de basta pacífico, sem ameaças de agressão ou morte. Comparar os ataques-repostas de Israel na Palestina (principalmente na faixa de Gaza, desejada pelo estado judeu desde 1949) com os ataques aos judeus indefesos da europa pelos nazistas na Segunda Guerra chega a ser uma imagem básica, comum a todos nós. Quem ai não assistiu um filme de guerra até hoje?

Genocídio: extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso. Independente de ser Hitler, Pol Pot, Netanyahu ou quem quer que seja o maluco da vez.

Reclamar que o Holocausto é privativo do povo judeu, e que o sr. Lula da Silva não tem repertório para fazer a comparação, é aumentar o fato e diminuir, ao mesmo tempo, não somente o Sr. Lula, mas T-O-D-O-S nós.
Humanos.

Israel está errado e errando, tanto quanto a Alemanha esteve e fez.


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segunda-feira, 11 de março de 2024

Lula estava certo

O Lula estava certo.
À primeira vista parecia mais um faux pás de um ex-líder sindicalista, mas pare um pouco... e pense no assunto.
'Die Gedanken sind frei', diz a velha música alemã. 
Pense mais...

Lula disse que: "A Ucrânia e a Rússia são culpados pela guerra. E que, tanto os EUA quanto a Europa, tem culpa no conflito também". (Mais ou menos isso)
Pronto, foi o suficiente para malhar o presidente Lula como Judas em sábado de aleluia. A gritaria subiu aos céus de todos os lados. Analistas, comentaristas políticos e econômicos, jornalistas, pastores e 'empresários' todos. T-O-D-O-S.
Até a cigana da leitura das mãos na Praça da Sé comentou: "Lula da Silva errou novamente".

Vejamos novamente o que realmente o presidente Lula disse. 
Resumindo: os estados europeus históricamente não aceitam a Rússia como um estado europeu. Rússia ficaria assim perdida geograficamente entre a europa e a Ásia, mesmo não sendo nem uma nem outra. Rússia foi, desde antes do fim da 2a. guerra, um estado totalitário e comunista. Cresceu com esse ambiente de coisas. A Ucrânia era, até bem recentemente, um dos estados da confederação russa. Cresceu nesse ambiente de coisas.
Hoje ela está armada com todo tipo de armas sovieticas e ocidentais.
E quer mais.

Enquanto houverem ataques soviéticos, os Estados Unidos farão de tudo um pouco para manter o conflito ativo e os russos ocupados.
Na verdade, é um jogo de xadrez, cada qual usando mais do que as 16 peças originais por competidor. 

A OTAN (leia-se EUA) flertando com a Ucrânia e os Países Nórdicos, ao mesmo tempo, era uma isca que a Rússia não poderia deixar passar. O conflito era de se esperar. A organização atlântica fechava as portas da Europa para a Rússia, de vez.
Qualquer idio... comentarista da Globo com metade dos poderes da Mãe Dinah poderia prever. Comentam, e os dedos escondidos dos EUA, por detrás disso tudo, tornam-se invisíveis novamente.
Inocentes criaturas como sempre.

Estão querendo Cubanizar a Rússia! Golpe de mestre a la Redford & Newman digitais.
Presta atenção, criatura!
Ou como diz a velha canção americana: "we did it once before and we're gonna do it again!"
Só esqueceram que é o gás russo que, entre outras coisas, aquece os invernos europeus. Os próprios europeus esqueceram, não pensaram, aquecidos pelos aboios dos americanos. A China comprou um monte de gás russo a preço de banana (lá da China, porque aqui tá caro). A Índia também. Pergunto: por quê o Brasil não comprou também? Hmm... por quê?

Lembremos que Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul formam o core dos BRICS.
O Luis Inácio não era o presidente na época. Também, à época, ninguém fez estardalhaço porque o poltrão Bolsonaro não acertou. Por quê?

Os ucranianos apostaram que os russos não peitariam os americanos. E que estes, e a OTAN, os protegeriam.
Deu no que deu.
Os russos, por sua parte, apostaram numa guerra rápida, fácil. Afinal eles tinham armado a Ucrânia, conheciam o poder das suas forças. Não contavam nem com seu Pacto, nem com que os americanos conseguissem trazer meia Europa para um conflito local, diria até, particular.
Deu no que deu.

Num contrassenso, tentaram seducir o Brasil a entrar (sim, o efeito seria esse e maior) no conflito, cedendo armamentos para Ucrânia. Torre avança.

Lula negou.
Fez bem, houve estardalhaço. Vai entender...
Se o Brasil cedesse, os americanos, além de armas, conseguiriam enfiar uma cunha no BRICS, enfraquecendo o conjunto.
Peão do Rei se move três casas.

Traríamos para casa, fantasiado de participação mundial, um problema que além de não ser nosso, enfraqueceria nossas relações comerciais e diplomáticas com sócios importantes. Lembre-se: "Timeo danaos et dona ferentes" (Laocoonte).

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

"E se..." (2)

No princípio era o Verbo.
"E se..."
No primeiro dia, El@ percebeu o vazio. Disse: "fiat lux" (sim, em latim, o inglês da época), e o escuro ficou em evidência. Dia e noite, claro e escuro. Aquela coisa toda.
No segundo dia, galáxias, mundos e mares. Química, biologia, peixes, animais e plantas de toda sorte.
E viu que era bom.
Demais.
...
Lá pelas tantas criou o homem e a mulher.
(Para evitar chateação) Cedeu-lhes livre-arbítrio, para experimentar a liberdade,  crescer e multiplicar,  o escambau. Deu no que deu.
Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel.
Caim acabou matando Abel por ciúmes.
E, assim tem sido desde então.
Pense um pouco comigo, têm 4 pessoas no mundo todo e ainda assim alguém acha conveniente matar o outro por ciúmes! 25% da população mundial eliminada de uma vez. Genocídio! Falta do que fazer! Falta de imaginação! Ainda por cima, eram irmãos, filhos do mesmo pai e mãe! 
"Caim, onde está teu irmão?"
"Hein, tá falando comigo? Eu te conheço?"
"FEDELHO FELADAP...! VOCÊ SABE QUEM TÁ TE FALANDO, SEO!"
El@ poucas vezes perdeu a paciência, mas quando a perde.
Está documentado num bestseller. Água, fogo e pragas, El@ é criativa na sua raiva.
Ia dizer que: patógenos aerotransportados que se reproduzem até em água fervente, mas é só uma ideia maluca. Quem sou eu para sugerir ideias para El@? 😘
...
Os dias andam esquentando

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Matilha família

Aqui vamos acordando aos poucos; a 01h, 02h30, 04h, 06h40.
Explico, o degenerado do filhote de alma penada com latido esganizado, "aprendeu" a pedir/ordenar pra abrir a porta e fazer xixi/cocô lá fora, batendo na porta do quarto e latindo. E faz questão de exercer seu direito ao pipí livre. Já falei que o próximo animal a ser resgatado terá que ser um frango assado, com batatas!
Não aceito outros animais.
Depois das noites mal dormidas, ele dorme o dia todo como um anjinho.
Eu venho pra sala apronto o café e Eliana continúa no quarto dormindo.
As 10h30 começamos a parecer sobreviventes de um submarino de turismo e tomamos café.
Isto é uma falta de respeito!
A lua nem chegou a nova direito e já somos quadrilha.
"Resgatamos" (leia-se: me encheu o saco até concordar) o cachorro mais problemático do abrigo. Tem mais problemas que um tratado de patologias psiquiátricas. Não sei ainda como me deixei engambelar deste jeito!

Temos a Amora_Querida, o Tchiquinho Rex, o Lucca Mr. Hyde, e eu em casa.
Três incapazes e um inútil, segundo minha esposa.

sábado, 16 de outubro de 2021

Lágrimas Negras

Ontem fui surpreso por esta interpretação da obra do senhor Miguel Matamoros que, sem pedir licença ou obséquio, me levou a reuniões de família no século passado. Abriu portas de porões na minha memória e me trouxe sensações e perfumes de uma outra, e bem mais simples época.

Peço poder compartir com vocês, o Sr. Joan Chamorro e Rita Payés, em "Lágrimas Negras" (1930).
Aconselho a seguir no Facebook.


Para Grice, Cila, Yipee, Gladys, Beto, Memo, Xangô, Toño, Tony, Lucho, Fella y Maurício. 

segunda-feira, 15 de março de 2021

Metáforas de nossos Tempos

Num restaurante (de classe) existem dois ambientes definidos. Cada um com sua própria hierarquia. Um SALÃO, onde os comensais, garçons,  recepcionistas e Maitre D' ficam. E também têm a COZINHA, onde os limpadores, assistentes, cozinheiros, Pâtissiers, Sous-Chefs e Chefs, ficam. Esqueci alguém? É uma comparação, equivalência.
Metáfora, depois explico.
Nós estamos entre; garçons e recepcionistas numa e limpadores e assistentes noutra.

A situação, o contexto atual, nos cutucou (nudge) a novos ambientes cotidianos que EXIGEM novas posturas e conhecimentos. Novas relações. Um caleidoscópio onde, não se coloca nova informação, mas a imagem constantemente muda, mantendo sua validade mesmo assim. As restrições sanitárias balizam novas atitudes. Essas novas atitudes nos levam a repensar formas de fazer, de viver.

O Maitre D', se for bom, gerência sem ficar evidente. Seus subordinados são balizados pelas suas ordens. A comida que sai da cozinha leva muito do Chef e do Pâtissier, é balizada por ambos. Desde a limpeza dos talheres até a quantidade do sal. Garçons almejam ser e invejam os Maitre D', os Sous-Chefs almejam ser Chefs. É normal, natural.
É preciso dedicação, conhecimento e diligência. Tempo. Shutzpa, em idiche.
Exige não somente aproveitar as oportunidades mas, criar as condições certas para poder aproveitar. Isso é metade da dedicação.

Invejamos o Maitre D' e reclamamos do Chef. É mais fácil. Reclamamos do Guarda de Trânsito, do Treinador da Seleção, do Presidente, do Papa e até de Deus. Mas, não movemos nossa bunda do sofá nem para mudar o canal da televisão.
Entende? Talvez exagere um pouco, mas essa é a imagem que me vem à cabeça.
A metáfora contudo, está correta.

Esqueça o Negacionismo como o insignificante e ignorante que é!
Veja o que resta: um novo meio-ambiente, onde deveremos compartilhar e aprender. Abrir os horizontes e aceitá-los como possiveis e válidos. Apreender contextos! 
A Revolução industrial veio e se foi. A Revolução do Capital, sua irmã, está nos estertores finais. Estamos no umbral da Revolução do Conhecimento e da economia que a acompanha. Assim como as anteriores, ela não pede licença e, se não nos adequarmos da forma correta, (ela) nos tornará inconsequentes. Meros índices de incidência e mortalidade numa planilha Excel.
Não mais: Keynes versus Marx.

Não será mais a acumulação de capital que nos defina. Por força das circunstâncias seremos obrigados a aprender diferente do que até agora temos feito. A aplicar de forma inovadora. A criar inovação como único propósito. E compartir como elementos de um todo único.
Mangabeira-Unger estava certo, Castells também. Somados, temos teoría e primeiros passos numa nova economía. O que até agora vemos como os monstros ilustrados nos mapas do século XVI, não passam daquilo mesmo; ignorância e medo. Recorremos a instintos básicos, fugimos ou atacamos aquilo que não conseguimos entender. Não entendemos porque é uma revolução diferente, na mesma frequência.

A tecnologia cuidará de si mesma, seremos liberados para apreender, viver bem e desenvolver-nos. A tradução é livre, mas a frase não é minha, é do Keynes. No começo do século XX. Fingimos não haver entendido o que estava implícito nela. Sería necessário um esforço intelectual, e a soma de tempo organizado, que nos levaria a pôr em marcha essa situação. 

Acabou-se o tempo de: "serei, por acaso, o guardião do meu irmão?" Sim, somos o guardião do nosso irmão! O Brasil está doente, o mundo está em perigo. A Ford decide, por má-gestão, fechar umas fábricas, e no Brasil há um aumento do desemprego. Quebra a safra de laranjas nos Estados Unidos, e no Brasil aparecem os novos ricos dos cítricos. Percebeu? Não podemos mais cantarolar feito besta: "ema, ema, ema, cada um com seus pobrema!". É antiético e imoral. E autodestrutivo. As soluções serão globais. Universais. Ninguém ficará de fora. Você não viu o aviso na entrada? O antigo: "lasciate ogni speranza", foi trocado pelo novo: "e pluribus unum". 
Conforme-se e força. 


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A distopia da aceleração está a caminho?

A exceção, a ruptura e a aceleração
A exceção afirma que "tudo vai voltar a ser como antes assim que o vírus passar". Esqueceram de combinar com o vírus. Como sempre, demos um jeito de abrir a Caixa de Pandora, de novo. Conseguimos alinhar elementos e situações tais que expomos a humanidade ao ataque viral. Não se engane, esse vírus veio para ficar. Teremos que acostumarnos à incômoda convivência. E as mudanças de rotina que esta convivência nos brindará. Sim, a fluidez da humanidade nos oferecerá opções. Saber escolher será um pouco mais complicado. Esta não é a primeira e nem será a última pandemia. Basta lembrar. Somos capazes de extinguir espécies inteiras, mas não entendemos nossa própria mortalidade? A exceção, senhores, poderá ser a nova regra. E, nem Guedes ou qualquer um dos palhaços, está no comando ou entende o que está por acontecer.
A Ruptura
Entendamos, de uma vez por todas; esta pandemia é disruptiva! E crônica.
Nos obrigou, como raça (menschen) a parar, interromper o 'normal'. O mundo e a natureza penhorada, agradeceram. Demos uma trégua ao planeta. Fomos mundialmente recolhidos, nem a tecnologia nos salvou. Mal conhecemos, e muito menos aceitamos uma Economia do Conhecimento (como as propostas pelos professores Mangabeira-Unger, Castells, DeMassi e outros poucos). Ela nos assusta por não se encaixar nos padrões do Século XVII, das Revoluções Industriais, das Revoluções do Capital.
Quando a ânsia pelo lucro atomizou a produção, surgiram as condições certas para a fluidez de Bauman e a economia do conhecimento de Mangabeira-Unger. Até hoje são aceitas como, pouco mais que, teorías acadêmicas. Uma reinvenção do ângulo de 35°, sem a função de plano inclinado. A mera exposição da produção a meio-ambiente diferentes gerou conhecimento sem fórmulas nas planilhas contábeis. O lucro não entende conhecimento. Não consegue traduzi-lo a valores pecuniários. Um Saci Pererê comum a todas as culturas.
No Brasil, como bem diz o prof. Mangabeira-Unger, "nos fiamos demais nas nossas riquezas e recursos naturais", e esquecemos recursos intangíveis por preguiça e ganâncias imediatistas.

Aceleração
Toda inovação traz mudanças. Seja na forma ou no resultado. Essas mesmas mudanças nos direcionam à novas rupturas e mudanças. Aceitá-las, umas e outras, definem como sobreviveremos. (Aceleração)
Acontece quando deixando de lado a exceção, assume-se a ruptura como contexto normal e essa homeostase passa a ser norma outra vez. Quando aprendemos, e aceitamos, a diferença entre o que era e o que é, adaptando-nos à novidade. Ela (teoricamente) muda nossa relação com os outros e com o resto. Todo ele.
Desta vez, no caso brasileiro, mais pobres e tristes.

Ainda há esperanças...